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J Balvin é capa digital da Billboard Brasil (Pedro Machado/ Billboard Brasil)

J Balvin e a força do reggaeton

José Álvaro Osorio Balvin nasceu em Medellín, na Colômbia, em maio de 1985, mesmo período em que o reggaeton surgiu com suas raízes fincadas em Porto Rico e Panamá. Os anos se passaram, e esse ritmo dançante e com o DNA latino chegou à cidade colombiana com força total. Por volta dos anos 2000, o artista tinha 15 anos e uma inclinação intensa para a música.

Ele assumiu a primeira letra de seu nome de batismo, J, e juntou com o sobrenome, Balvin, para tentar a sorte numa indústria que estava pegando fogo com novidades. Seu objetivo principal era ajudar o pai, que estava passando por dificuldades financeiras. “Foi uma fase muito bonita, obviamente, mas também um pouco complicada, porque conseguir respeito como artista e começar a ganhar a vida com a música foi uma tarefa muito difícil. Mas, no fim das contas, acho que se não fosse pela situação do meu pai, eu não estaria onde estou, porque foi isso que me motivou a me dedicar totalmente à música e conquistar o mundo”, contou o agora J Balvin em conversa com a Billboard Brasil.

Balvin tentou de tudo para ter uma carreira, desde trabalhos manuais como carpinteiro até uma faculdade de negócios internacionais. No entanto, o destino tinha preparado um lugar no hall da música para ele, e foi assim que o colombiano se encontrou. “Se eu pudesse voltar naquela época com uma mensagem do futuro, diria: ‘Vale a pena sonhar’”.

Seus primeiros trabalhos musicais aconteciam nas ruas de Medellín, acompanhado do DJ David Rivera Mazo. A ideia era fazer com que o reggaeton, já gigante em Porto Rico, ganhasse força também na voz de um colombiano. Balvin assinou um contrato em 2009, quando lançou o disco “Real”, impulsionado pelo single “Ella Me Cautivó”. Já naquela época ele mostrou que veio para trazer um estilo divertido para a música latina, com uma personalidade só dele.

Rapidamente Balvin ganhou os charts de música latina, e os passos rumo ao sucesso estavam cada vez mais apressados. Em 2013, com o álbum “La Família”, ele cravou sua voz entre as favoritas do público, com mais de 100 semanas no Billboard Top Latin Albums e três indicações ao Grammy Latino. “Na verdade, sempre fui muito grato por tudo o que fiz, e sempre fiz tudo de coração”, disse o colombiano enquanto conversávamos. Tranquilo e com os pés no chão, ele não se envaideceu quando perguntei sobre o termo “G.O.A.T” (greatest of all time ou o melhor de todos os tempos, em tradução livre), muito comum no futebol mas que os fãs também usam para descrevê-lo.

Uma bandeira latina

Com o público colombiano e de outros países da América Latina aos seus pés, Balvin também pavimentou o caminho do reggaeton para os Estados Unidos, especialmente regiões em que existem muitas comunidades latinas. Ele foi um dos responsáveis, inclusive, por fazer com que Medellín se tornasse uma das maiores exportadoras de talentos para o mundo — como descreveu Leila Cobo, da Billboard, em matéria publicada em 2017.

Não demorou muito para que o estilo irreverente e divertido de Balvin caísse nas graças de artistas estadunidenses. Ele esteve na trilha sonora de franquias famosas nos Estados Unidos, foi escolhido para remixes de artistas como Ariana Grande e Maroon 5 e, com poucos anos na carreira, venceu prêmios importantes, como o Billboard Latin Music Awards, Grammy Latino e Premio Lo Nuestro. Sua primeira entrada no Billboard Hot 100 foi em 2015, com a faixa “Ginza”, do álbum “Energía”.

O jogo virou completamente, com Balvin no ataque e fazendo gol atrás de gol, com “Vibras”, quinto álbum do colombiano. Lançado em maio de 2018, o disco foi impulsionado pelo sucesso da faixa “Mi Gente”, que ganhou o mundo inteiro com suas batidas dançantes e letra fácil de decorar, daquelas que ficam na cabeça para o resto da vida (eu mesmo estou cantarolando enquanto escrevo).  Balvin chegou ao terceiro lugar do Hot 100 com o single, e a missão de levar seu país para lugares cada vez maiores estava cumprida.

“Tudo começou com o desejo sincero de ajudar minha família, e depois me dediquei muito para que os latinos e a Colômbia tivessem seu lugar dentro da música urbana no mundo. Ver as pessoas valorizando meu trabalho e reconhecendo o que abrimos de caminho para que outros artistas continuem crescendo e conquistando mais é, realmente, uma bênção”.

Com nomes como Daddy Yankee, Don Omar, Yandel e tantos outros, o reggaeton já é um dos ritmos mais ouvidos no mundo. Dele surgiram diversas variações, e o ritmo tem se renovado com músicas de protesto — como fez Bad Bunny no álbum “DeBi Tirar Más Fotos”; faixas para renovar as energias, como as de Karol G em “Mañana Será Bonito”; para dançar pensando, como faz Balvin em boa parte de seu repertório. “Quanto mais guerreiros e soldados tivermos ali lutando pela nossa música, mais alcance teremos, mais famílias poderão viver disso e mais entretenimento vamos oferecer ao mundo”, opina.

O colombiano também vê essa renovação com bons olhos, e ele mesmo faz parte desse movimento. Balvin tem ganhado espaço com as misturas que propõe, seja com outros ritmos ou com outros artistas. O Brasil, inclusive, tem uma participação importante nesse movimento do cantor: ele já colaborou com nomes como Anitta e Pedro Sampaio, misturando elementos de funk ao reggaeton, e também foi uma das principais atrações do The Town, em setembro de 2025. Seu sonho é que o gênero musical também consiga se estabelecer forte em regiões como Índia, China, Rússia e por aí vai.